sexta-feira, 23 de novembro de 2012

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Release da obra (Apresentação: Maria Lúcia Dal Farra. Comentários: Luiz Ruffato e Moacir Amâncio):

Olhos de barro é o terceiro livro do poeta, ficcionista e produtor cultural paulista José Geraldo Neres, que recebeu “Menção Especial” no 3º Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura (ficção – 2010). É uma coletânea de contos na qual o lirismo tem precedência sobre o enredo, estruturada em cinco livros: Colheita de silêncios, Um pedaço de chuva no bolso, Sol rasgado aos pés da serpente, O silêncio das árvores e A fome dos nomes.

No dizer da renomada poeta e professora titular de Literatura Portuguesa da Universidade Federal de Sergipe, Maria Lúcia Dal Farra, “o barro, aqui, para além de incluir os jogos da infância, as brincadeiras em torno da construção da casa e dos outros, carrega o grão mítico da criação, o que engendra os olhos capazes de inaugurarem um inesperado mundo novo – mercê do nome, mercê dos modos outros de designação. O corpo é o eixo da nomeação. Ele é a casa da palavra, o texto habitável, o teto sob o qual o rito se cumpre pacientemente. Janelas e portas, quarto e cômodos, cortinas e paredes, chão e pedras e chaves (ou corpo, pele, rosto, boca, dentes, riso) – são os pontos cardeais da fortaleza a ser assaltada ou preservada, escapes ou aberturas para a instauração dos nomes e das imagens, conforme se dê o embate com o outro, conforme a palavra de ordem para cada caso, para cada acaso.”

É uma poética de imagens, símbolos e mitos alinhados em construções geométricas que desafiam o leitor, convocam sua mente e sentidos. Nas palavras do premiado escritor mineiro Luiz Ruffato, “Neres submerge na memória, não na dele, mas na de todos nós, desprovido de parafernálias, ciente apenas de seu próprio fôlego, para trazer, do fundo do oceano obscuro, ostras contendo pérolas. Cabe a nós, leitores, abri-las para extasiarmo-nos com os seus poemas em prosa, gênero difícil, porque híbrido, e fascinante, porque completo. Olhos de Barro é isso: uma oferenda ao deus dos leitores inteligentes.” E o poeta, jornalista e professor de língua e literatura hebraica na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Moacir Amâncio, indaga: “Um trabalho como este traz de volta, em primeiro lugar, a pergunta inaugural: o que é poesia, em que medida ela depende de convenções como a métrica, o verso livre, aliterações, rimas, para definir seus ritmos?”

Título: Olhos de barro / Autor: José Geraldo Neres
Editora Patuá (São Paulo, SP) / Editores: Aline Rocha & Eduardo Lacerda. Projeto Gráfico, Capa e Ilustrações: Leonardo Mathias
ISBN: 978-85-64308-44-2



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