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Release
da obra (Apresentação: Maria Lúcia Dal Farra. Comentários: Luiz Ruffato e
Moacir Amâncio):
Olhos
de barro é o terceiro livro do poeta, ficcionista e produtor cultural paulista
José Geraldo Neres, que recebeu “Menção Especial” no 3º Prêmio Governo de Minas
Gerais de Literatura (ficção – 2010). É uma coletânea de contos na qual o
lirismo tem precedência sobre o enredo, estruturada em cinco livros: Colheita
de silêncios, Um pedaço de chuva no bolso, Sol rasgado aos pés da serpente, O
silêncio das árvores e A fome dos nomes.
No
dizer da renomada poeta e professora titular de Literatura Portuguesa da
Universidade Federal de Sergipe, Maria Lúcia Dal Farra, “o barro, aqui, para
além de incluir os jogos da infância, as brincadeiras em torno da construção da
casa e dos outros, carrega o grão mítico da criação, o que engendra os olhos
capazes de inaugurarem um inesperado mundo novo – mercê do nome, mercê dos
modos outros de designação. O corpo é o eixo da nomeação. Ele é a casa da
palavra, o texto habitável, o teto sob o qual o rito se cumpre pacientemente.
Janelas e portas, quarto e cômodos, cortinas e paredes, chão e pedras e chaves
(ou corpo, pele, rosto, boca, dentes, riso) – são os pontos cardeais da
fortaleza a ser assaltada ou preservada, escapes ou aberturas para a
instauração dos nomes e das imagens, conforme se dê o embate com o outro,
conforme a palavra de ordem para cada caso, para cada acaso.”
É
uma poética de imagens, símbolos e mitos alinhados em construções geométricas
que desafiam o leitor, convocam sua mente e sentidos. Nas palavras do premiado
escritor mineiro Luiz Ruffato, “Neres submerge na memória, não na dele, mas na
de todos nós, desprovido de parafernálias, ciente apenas de seu próprio fôlego,
para trazer, do fundo do oceano obscuro, ostras contendo pérolas. Cabe a nós,
leitores, abri-las para extasiarmo-nos com os seus poemas em prosa, gênero
difícil, porque híbrido, e fascinante, porque completo. Olhos de Barro é isso:
uma oferenda ao deus dos leitores inteligentes.” E o poeta, jornalista e
professor de língua e literatura hebraica na Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Moacir Amâncio, indaga: “Um
trabalho como este traz de volta, em primeiro lugar, a pergunta inaugural: o
que é poesia, em que medida ela depende de convenções como a métrica, o verso
livre, aliterações, rimas, para definir seus ritmos?”
Título:
Olhos de barro / Autor: José Geraldo Neres
Editora Patuá (São Paulo, SP) /
Editores: Aline Rocha & Eduardo Lacerda. Projeto Gráfico, Capa e
Ilustrações: Leonardo Mathias
ISBN:
978-85-64308-44-2
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