sábado, 15 de março de 2014

Lançamento do livro: "UM PEDAÇO DE CHUVA NO BOLSO", de NERES, pela Editora Kazuá, e Performance “AS YÁBAS - RASCUNHOS NA ÁGUA DE OLHOS VERDES”, e “CARTOGRAFIAS DAS ÁGUAS” do projeto Macumbaria Poética - Arte ancestral: um diálogo com o universo magístico da cultura afroameríndia. Acompanhado pelo percussionista: ARAKA. Em homenagem a XANGÔ! KAÔ KABECILÊ!

Lançamento do livro: "UM PEDAÇO DE CHUVA NO BOLSO", de NERES, pela Editora Kazuá, e Performance “AS YÁBAS - RASCUNHOS NA ÁGUA DE OLHOS VERDES”, e “CARTOGRAFIAS DAS ÁGUAS” do projeto Macumbaria Poética - Arte ancestral: um diálogo com o universo magístico da cultura afroameríndia. Acompanhado pelo percussionista: ARAKA. Em homenagem a XANGÔ! KAÔ KABECILÊ!

ENCERRAMENTO: Sessão de Autógrafos.

Local: Casa da Palavra Mário Quintana - Santo André // Data: 20/03/2014 // Horário: a partir das 19h00 até 21h30.

“Um pedaço de chuva no bolso” é seu quarto livro, e o primeiro no qual assume o nome de família como sua assinatura litero-cultural. Um diálogo com o universo magístico da cultura afroameríndia: fusão do macro e microcosmo.

A tradição em conflito, rupturas com o cotidiano. Às vezes o fluxo se altera e o contemporâneo se desloca para o interior das raízes ancestrais a identificar sinais, símbolos míticos que nossa rotina cobriu com o véu do esquecimento, ou com o sétimo véu das danças árabes. Experimentação dos elementos naturais, influenciado pelas sete artes: no antigamente, era apenas “o sagrado corpo”. E pelo respeito aos Orixás, e entidades do panteão ameríndio. Demiurgia textual, sonora: caminhante. Retalhos de narrativas que nos circulam, nos alimentam, modificam, nos devoram. Mas é necessário caminhar.

***7***abaixo comentário:

Um pedaço de chuva no bolso, de Neres, inscreve-se sob o signo do Tempo, rio e casa, esquecimento e memória. Palavras e peixes nadam contra a corrente, a tentar captar o instante que se esvai. Essa questão maior expressa-se paradigmaticamente na adivinha africana que preside o sentido desta escrita: Como parar o vento? Seja em forma de poesia ou de prosa poética, a “escrita líquida” de Neres, como a chuva, escorrega, conduzindo o leitor por fragmentos, fios narrativos, teias líricas, sociotemas dramáticos, diários dispersos. O poeta “fia o tecido da vida” e “habita o abismo” que “ronda as sombras brancas do papel” para “construir o girassol”, com pedras de Xangô ou versos “que caminham sobre as águas” de Oxum e de Iemanjá. “Fazer existir-se no rio do tempo” resume esta obra de Neres, em que o poema é “um rosário líquido” composto de “pedra, páginas, línguas e vento”.
Simone Caputo Gomes, Universidade de São Paulo.

***7***
Trecho do prefácio de: “Um pedaço de chuva no bolso”

É daqueles que “encontram os deuses do sonho, imersos nos símbolos da terra”; os habitantes do mitopoético. Cultor do paradoxo, cria imagens como “A carne precisa de luz” e títulos como “O sangue não tem portas” e “Um cálice de água”: entidade impossível, mas poeticamente poderosa. Promove sutis inversões da lógica, quebras da expectativa: “O tiro de um anjo sádico quebrou minhas asas”, por exemplo – o previsível seria o anjo levar o tiro e ter a asa quebrada. Ou a sinestesia de “um passo a mais, e visitaremos todas as vozes” – a expectativa seria visitar lugares, cenas, não vozes.

Desta vez, está mais presente o epigrama, o fragmento que realiza a sincronia hermética das partes e do todo. Metalinguístico em trechos como “A pausa que se termina e se inicia”, convida o leitor a exercer a imaginação, preenchendo espaços em branco, tudo o que sugere, deixa subentendido ou implícito. Certamente, segue por um caminho que o levará a ser amplamente reconhecido como um dos integrantes do melhor da literatura contemporânea brasileira.
Claudio Willer. Poeta, tradutor e pesquisador.


***7***
NERES é um orixá da poesia, um poeta de terreiro que, com sua flecha de anjo trágico, acende as asas da emoção. Nos “olhos de barro” de Neres “outros silêncios” se anunciam, prenhes de signos, para compor a sinfonia do acaso. Neste novo livro, Neres, sacerdote inominável que carrega “um pedaço de chuva no bolso”, segue por uma tempestade de metáforas, advindas de um longínquo abismo que abriga no peito. Alquimista do ABCDE, sopra dois dados no ar e nos mantém suspensos na expectativa dos sonhos que brotam dos textos da sua escritura polifônica. Desde a estreia, com “Pássaros de papel”, Neres vem desenhando um outro Sol, com a sua “macumbaria poética”, em cada gesto e verso que compõe, realizando as núpcias das palavras estrangeiras, criando um código pessoal repleto de magia e de assombros. Aliás, a poética de Neres estende fronteiras, ao abarcar territórios desconhecidos, e sua criação prescinde de rótulos, é um “fazer em si” estendido ao outro, a derramar-se em possibilidades, em caminhos e encontros. Um poeta assim, tão cheio de vazios e de amplidões, só pode despertar florestas de arrepios.
José Inácio Vieira de Melo. Poeta, jornalista e produtor cultural, curador de eventos culturais.

***7***
Assinam o posfácio: Allyne Fiorentino, Antonio Alfeca, Hans Schuster, Paulo Sposati Ortiz, Micheliny Verunschk.

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NERES: Poeta, ficcionista, produtor cultural, arte-educador, roteirista, compositor, e intérprete: arteiro. Simplesmente NERES, pai de Vinicius e Gabriela. Diretor de Formação Literária da UBE – União Brasileira de Escritores (2012/2014). Ministra oficinas literárias, com ênfase em criação literária e estímulo à leitura.

Atualmente desenvolve o projeto Macumbaria Poética - Arte ancestral: Mergulho na fonte sagrada afroameríndia. Saberes, Sabores & Aromas: ancestralidade. Fruto de pesquisas a dialogar no macrocosmo, e microcosmo da diversidade dos tecidos que somos (dança, música, artes plásticas, artes cênicas, cultura popular, literatura, culinária, estética, e outras: e que no antigamente era apenas “o corpo”). Estuda a viabilidade de gravar o primeiro CD autoral com base em repertório próprio (gravações em andamento).



***7*** https://www.facebook.com/events/609709705764765/


Editora Kazuá
Rua Ana Cintra 48/12 - Santa Cecília - São Paulo/SP - Brasil
CEP 01201-060

CONTATO: Tel: 11 3337 2899 / Celular: 11 9 8020.9848
Email: contato@editorakazua.com.br


***7*** 
Casa da Palavra Mário Quintana
Pça. do Carmo, 171
Centro de Santo André - SP
Fone: (11) 4427.7701

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