ABRO A PORTA
uma pedra retorcida
bate o tempo em segredo
a leveza não apaga a infância
janelas seminuas partem de mim
escrita no interior do rio
desce
na margem esquerda Oxum canta
tempo pintado na presença do avô
café poesia
círculos de silêncio
o vazio da retina
no tique-taque do menino
o poema em repouso não faz perguntas
– tem alguém batendo dentro do espelho –
chora a criança
caída no detalhes do medo
nenhuma voz me canta
josé geraldo neres
do livro; outros silêncios, escrituras editora, 2009.
na margem direita observo
ResponderExcluirterrei meu corpo atirado ao rio
como os natimortos
A infância não se apagará enquanto viver nestes versos.
ResponderExcluirÉ de muita felicidade
ResponderExcluirtermos alguém escrevendo
boa poesia pru deleite
dos leitores.