quinta-feira, 27 de setembro de 2012

“OLHOS DE BARRO” (Editora Patuá), de José Geraldo Neres. DIÁLOGOS / LANÇAMENTO (LIVRARIA ALPHARRABIO - SANTO ANDRÉ)


Depois de andanças/diálogos por cidades e capitais brasileiras tão únicas: São Paulo, Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Feira de Santana (BA), Planaltino (BA), Maracás (BA), Diadema e Rio de Janeiro (RJ). Finalmente vou realizar o lançamento de "Olhos de barro" em Santo André.


“OLHOS DE BARRO” (Editora Patuá)
LANÇAMENTO / DIÁLOGOS
Autor: José Geraldo Neres


Antecedendo o lançamento está prevista uma conversa com o autor, intitulada: “OLHOS DE BARRO – a mística do texto habitável”, que contará com: Edson Bueno de Camargo (poeta e pedagogo) - Eduardo Lacerda (poeta e editor) - Kiusam de Oliveira (escritora e pedagoga). Intervenção: Henrique Krispim (músico).

Data: 05/10 (sexta-feira, a partir das 19h).
Local: Livraria Alpharrabio, Rua Eduardo Monteiro, 151 - Jd.
Bela Vista
Santo André - SP - Fone: (11) 4438.4358.


domingo, 23 de setembro de 2012

Fragmento do apontamento de Marco Aqueiva (Professor de literatura no ensino superior, poeta e crítico), publicado na "mallarmargens - revista de poesia e arte contemporânea"




Olhos de barro, de José Geraldo Neres, apresenta-nos um poeta muito senhor de uma expressão que a cada livro se faz literalmente mais pessoal. A despeito de toda impropriedade de procurar um valor em projetos diversos, arrisco dizer que não se trata de contingência o fato de o livro Outros silêncios ser algo diverso de Olhos de barro. O corte em versos do primeiro cede neste à prosa poética como se a Poesia buscasse mesmo o extravasamento dos limites da expressão poética. Neres, que é dono de uma rica imagística, segue pelos caminhos da Poesia com alta carga simbólica. Vale a pena acompanhar com o poeta sua trajetória.

*Fragmento do apontamento de Marco Aqueiva (Professor de literatura no ensino superior, poeta e crítico), publicado na "mallarmargens - revista de poesia e arte contemporânea", link: http://www.mallarmargens.com/2012/09/ligeiro-apontamento-sobre-duas-obras.html

Olhos de barro (Editora Patuá, 2012). Aproveite: frete gratuito no território brasileiro!

sábado, 22 de setembro de 2012

“OLHOS DE BARRO”, LANÇAMENTO e OFICINA DE CRIAÇÃO LITERÁRIA – A MÍSTICA DO TEXTO HABITÁVEL”


Mais uma andança; no próximo mês estarei no interior de São Paulo: Oficina Cultural Candido Portinari - Ribeirão Preto.

Informações: Fatu Antunes (Coordenadora)
Telefone: (16) 3625-6161 / 3625-6970 | candidoportinari@oficinasculturais.org.br
Rua Visconde de Inhaúma, 490 - 1º andar - Centro
Edifício Padre Euclides – Cep: 14010-903
Ribeirão Preto / SP

LANÇAMENTO DO LIVRO “OLHOS DE BARRO” DE JOSÉ GERALDO NERES (Editora Patuá)
18/10 – quinta-feira – 18h30 às 21h30
Público: adolescente e adultos
Inscrições: livre

OFICINA DE CRIAÇÃO LITERÁRIA “OLHOS DE BARRO – A MÍSTICA DO TEXTO HABITÁVEL”
Coordenação: José Geraldo Neres
19 /10 – sexta-feira – 18h30 às 21h30
20/10 – sábado – 9h às 12h
Público: adolescente e adultos
Inscrições: 01/10 a 16/10
Seleção: carta de interesse e currículo
30 vagas

O livro "Olhos de barro" conta com apresentação de Maria Lúcia dal Farra. Comentários: Luiz Ruffato e Moacir Amâncio; conheça o meu novo livro no site da Editora Patuá (frete gratuito no território nacional):
http://www.editorapatua.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=112&Itemid=55

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

À PONTA DA ESFERA, apresentação do livro Vate de Rosane Carneiro, por José Geraldo Neres


À PONTA DA ESFERA
Por José Geraldo Neres

O tempo: inscrição do universo no qual palavras são olhos de vaticínio, são olhos de Rosane Carneiro. Poética ritualística no tempo outro, o outro onde tudo existe: preciso instante. “Tudo gira bem” e “a sina da roda é gigante”, olhos de “mântrica engrenagem”, onde procuro percorrer seus passos de “recaminho”. A poeta diz: “– preciso é ver / há um vão adiante”. Nas suas palavras não estaco, recolho: “papel de pedras / pedra sempre papel / pedreira pedraria / em torno do caminho”, pelas quais o ornamento da vida é a dor da palavra: o homem uno em sua essência, o sagrado a transcender o contato da pele e Rosane. Ela pisa o sal da água, e acolhe a “esfera que me atravessa”.  Barro, poeira, e outros modos: parte dos seus olhos. Brindaremos com a serpente encantada, e seremos todos livres. Intensa promessa: semente despida das simpatias do concreto, a realidade são os olhos do farol: vermelho. Estou noutro lado da rua; Rosane “eu felina observo”: o sagrado cotidiano a reclamar sua paga, a cobrar o pedágio que lhe é de direito, a “escrever a favor dos dias”.

A caminhar por seus versos, estou na casa onde as “paredes gritam azuis cinzas prateados”poeta revelado (a) , mas não se esqueça, o cotidiano lhe exige os olhos “a manutenção da guerra de sobreviver sem saber” e se equilibrar no “trapézio de outro perigo”. O mundo em trabalho de parto. O ornamento da vida é a dor da palavra consagrada “da terra à terra: viestes do pó e pela terra tornas-te tão barro”. Poeta, onde está a etiqueta para saber qual valor do sangue? – “Viestes do pó e te transformastes em aço”.

Dentro das palavras da vate Rosane Carneiro, vejo a inscrição dos sete raios, o escudo, o brasão, a cura, o rito, a tormenta, “muito além dos lírios de Salomão”, mas em questão de segundos, ela – flor à carne-viva – imita uma bomba e estilhaça a certeza dos homens. Dos escombros, resgata uma criança (uma próxima, talvez). Não tenho certeza, mas nesses outros tempos certeza é um artigo desgastado e empoeirado. Importa apenas acompanhar o ritmo transformado em aço mântrico, acompanhar as pedras, o pó, camadas e mais camadas de barro a acumular em seus pés: “soberana, perfumada e aberta, a bomba, sorri”.

Rosane me ensina “a correr o mar pelos dedos” o segredo do “rosário de brincadeiras” das “cruas meninas antigas capazes da morte do medo”. Medo palavra bruta; pedra que não sabe ser um brinquedo. Em ‘Vate as “máscaras” não usam maquiagem e “a sina da roda é gigante”: oferece sua língua, território mítico, “tempo dentro do tempo: /minério de fogo, o homem/ pleno do que por si pode/ exercer”.


Apresentação do livro Vate, de Rosane Carneiro (selo Orpheu, Multifoco, 2012)

Apresentação do livro Roupagem Leve, de Nestor Lampros (Editora Patuá, 2012), por José Geraldo Neres.


NA SOMBRA FRESCA DA ÁRVORE violentada – anjo de fogos olhos – homem no albergue dos pássaros, o céu não existe. A leveza Nestor. A leveza Nestor: onde? Não se engane: quase nada existe, mas olho a casa de suas palavras entes de sair para a rua: tenho um cisco alheio dos meus olhos. Olho novamente sua casa: janela aberta onde não há tempo para janelas. Leveza Nestor. Ele se movimenta, casa, tempo, campo, casais, leveza onde o céu não existe, e insiste em pescar palavras antes que elas se petrifiquem. Dizem que é Destino, digo que é leveza das manhãs onde as lâmpadas morrem, digo leveza maternal fera onde nascem histórias. Espero outro olhar nas cores da vida: leveza. Um rosário “deságua, aflita, flagela e venta almas” e rema, recolhe outras redes. Hoje quero um ramo além do nome. Nestor “se apropria das íntimas escolas de ventos”, suas roupas carregam janelas e portas, mas Nestor cadê a leveza? Cancelaram os voos das folhas, mas o poeta – nó na garganta – não acompanha as mortes dos vestidos. Ele quer o lugar onde os sóis encontram cavalos em versos em cores. Uns dizem que é destino ter um cavalo alado, mas como colorir com palavras a leveza desse voo mítico e ancestral? Na última vez que olhei sua casa, retirei uma gravura, nela a tarde não chega, nem o filho me toca os ombros, mas em cada momento que tento decifrar seus sinais de raízes cotidianas: os pássaros vão embora sem nada entender. Carregam “uma mão de vento e pés de nuvem”.
O verbo semente de filhos, frutos, terra, água, ventos, pó: Deus sorri. A morte nunca. O poeta desenha novos olhos para o anjo, desata o nó da garganta e aceita à trama: mistura suas lágrimas ao pó da criação. Doze círculos lhe consumem, lhe comandam, ajustam as engrenagens de seus dedos e dentes. O verbo se faz lâmina: dozes senhores. Onde encontrar a leveza Nestor? Leveza se ajoelhando no vento. “O movimento de um certo tipo de tempo, gasto pelo beijo das mãos, juntas, e vazias, em oração”. (...) Quatro bandeiras, quatro promessas, quatro pensamentos, quatro discursos. Quatro adeuses, acenos encobertos, quatro mistérios cavalgam o mundo (...). Assim me entrego à leveza de suas mãos, comungo em pensamento, faço-me Atibaia, São Paulo, e fico sentado na soleira da porta desta casa “Roupagem leve” de Nestor Lampros.





sexta-feira, 14 de setembro de 2012

"Olhos de barro" de José Geraldo Neres (Editora Patuá): Frete Gratuito (território brasileiro), aproveite!


Editora Patuá está com uma promoção para você adquirir meu livro "Olhos de barro": Preço: R$ 28,00 + Frete Gratuito (território brasileiro), aproveite!

Conheça um pouco mais do livro. Não deixe de adquirir.

http://www.editorapatua.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=112&Itemid=55


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

PALAVRAS DE ACORDAR O CORPO – Diálogos com os autores: José Geraldo Neres – Leo Gonçalves




PALAVRAS DE ACORDAR O CORPO

Diálogos com os autores: José Geraldo Neres – Leo Gonçalves
Mediação: Elaine Pauvolid (poeta)
Participação de:  Luíz Horácio Rodrigues (escritor e critico literário) e Tanussi Cardoso (poeta e crítico literário).

25 de setembro de 2012, (horário: 19h às 21h)
Local: Centro Cultural Justiça Federal
Sala de Leitura, 2º andar.
Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro / RJ


“Palavras de acordar o corpo; influências e provocações durante a escrituração dos livros Olhos de Barro, de José Geraldo Neres e Use o assento para flutuar de Leo Gonçalves, ambos da Editora Patuá.”[1]

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Obs.: Lamentamos a ausência de Ricardo Riso que estará em atividade relacionada ao seu mestrado em "Relações Etnicorraciais".
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Release das obras:

Olhos de barro é o terceiro livro do poeta, ficcionista e produtor cultural paulista José Geraldo Neres, que recebeu “Menção Especial” no 3º Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura (ficção – 2010). É uma coletânea de contos na qual o lirismo tem precedência sobre o enredo, estruturada em cinco livros: Colheita de silênciosUm pedaço de chuva no bolsoSol rasgado aos pés da serpenteO silêncio das árvores e A fome dos nomes.

No dizer da renomada poeta e professora titular de Literatura Portuguesa da Universidade Federal de Sergipe, Maria Lúcia Dal Farra, “o barro, aqui, para além de incluir os jogos da infância, as brincadeiras em torno da construção da casa e dos outros, carrega o grão mítico da criação, o que engendra os olhos capazes de inaugurarem um inesperado mundo novo – mercê do nome, mercê dos modos outros de designação. O corpo é o eixo da nomeação. Ele é a casa da palavra, o texto habitável, o teto sob o qual o rito se cumpre pacientemente. Janelas e portas, quarto e cômodos, cortinas e paredes, chão e pedras e chaves (ou corpo, pele, rosto, boca, dentes, riso) – são os pontos cardeais da fortaleza a ser assaltada ou preservada, escapes ou aberturas para a instauração dos nomes e das imagens, conforme se dê o embate com o outro, conforme a palavra de ordem para cada caso, para cada acaso.”

É uma poética de imagens, símbolos e mitos alinhados em construções geométricas que desafiam o leitor, convocam sua mente e sentidos. Nas palavras do premiado escritor mineiro Luiz Ruffato:“Neres submerge na memória, não na dele, mas na de todos nós, desprovido de parafernálias, ciente apenas de seu próprio fôlego, para trazer, do fundo do oceano obscuro, ostras contendo pérolas. Cabe a nós, leitores, abri-las para extasiarmo-nos com os seus poemas em prosa, gênero difícil, porque híbrido, e fascinante, porque completo. Olhos de Barro é isso: uma oferenda ao deus dos leitores inteligentes.” E o poeta, jornalista e professor de língua e literatura hebraica na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Moacir Amâncio, indaga: “Um trabalho como este traz de volta, em primeiro lugar, a pergunta inaugural: o que é poesia, em que medida ela depende de convenções como a métrica, o verso livre, aliterações, rimas, para definir seus ritmos?”

ISBN: 978-85-64308-44-2
Preço: R$ 28,00

Use o assento para flutuar, terceiro livro de Leo Gonçalves, escrito entre 2005 e 2012, fala de tudo a que a poesia tem direito. “A poesia é palavra calcinada e por isso pode falar de tudo”, comenta Juan Gelman na orelha do livro. Do amor ao humor. Da influência da poesia caribenha e africana a um retrato do mundo pós-queda das torres gêmeas, o livro traz um testemunho do zeitgeist, o espírito da época.

Ao todo, são 40 poemas, entre inéditos e reedições. “WTC Babel S. A.”, por exemplo, publicado anteriormente na forma de plaquete, em edição artesanal organizada pelo próprio autor, reaparece aqui. Há também poemas publicados anteriormente em revistas, jornais literários, sites e blogues. Marca interessante é a diversidade de técnicas e proposições presentes no livro. A unidade fica por conta de uma voz que busca a todo instante elementos de alteridade e diversidade.

Artista de múltiplas ferramentas, Leo Gonçalves é também performer, artista sonoro e visual, além de tradutor, ensaísta e divulgador da poesia do mundo. Traduziu em parceria com Mário Alves Coutinho o livro Canções da inocência e da experiência, de William Blake, obra que ficou entre as 50 indicadas do site Uol em 2005. Em parceria com Andityas Soares de Moura, traduziu Isso, de Juan Gelman, publicada na coleção Poetas do Mundo, da UnB. Traduziu também a peça O doente imaginário, de Molière, atualmente em sua segunda edição. Além dessas obras publicadas em livro, também traduziu para revistas literárias poetas como Aimé Césaire, Léopold Sédar Senghor, William Burroughs, Allen Ginsberg, Heriberto Yépez, Gérard de Nerval, Tristan Tzara e muitos outros.

ISBN: 978-85-64308-62-6
Preço: R$ 28,00



[1] Editora Patuá (São Paulo, SP: www.editorapatua.com.br).

terça-feira, 11 de setembro de 2012

QUINTA POÉTICA – 51ª edição (27 de setembro de 2012).




Governo de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e Escrituras Editora
convidam para a 

QUINTA POÉTICA – 51a edição
27 de setembro de 2012
com início às 19h
na Casa das Rosas (evento gratuito)

com os poetas convidados

Celso de Alencar |José Inácio Vieira de Melo | Livia Natália

Participação especial de  Yacamim
(Formado por Alessandra Vilhena e Thomaz Felippe)
Curadoria: José Geraldo Neres



Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos
Av. Paulista, 37 - São Paulo/SP
Próximo ao metrô Brigadeiro.
Convênio com o estacionamento Patropi - Alameda Santos, 74
Informações: (11) 5904-4499
è  Próxima QUINTA POÉTICA: 25-outubro-2012, na CASA DAS ROSAS (52ª edição)

Saiba mais sobre o evento e os convidados:

Quinta poética
Curadoria: José Geraldo Neres
Mensalmente, a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura abre suas portas para a Quinta Poética, um grande encontro dos amantes da boa poesia, com a presença de poetas consagrados e novos talentos, que têm a oportunidade de apresentar seu trabalho por meio de intervenções artísticas das mais diferentes expressões, como dança, música, artes plásticas, cultura popular, que envolvem a leitura dos poemas.

Grandes nomes da poesia já estiveram presentes nesses encontros, que conta com entrada gratuita,  abertos ao grande público, e organizados sem fins lucrativos nem investimentos financeiros. Mais de quatrocentos produtores culturais e artistas de todas as linguagens e estéticas de todas as regiões do Brasil e do exterior estiveram presentes no projeto Quinta Poética, promovido pela Escrituras Editora e a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, com curadoria do poeta José Geraldo Neres.

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Os convidados:
CELSO DE ALENCAR. Poeta paraense, radicado em São Paulo. Publicou, dentre outros, os seguintes livros: Salve Salve, Arco Vermelho, Os Reis de Abaeté, O Primeiro Inferno e Outros Poemas (1994 e 2001),Sete (2002), Testamentos (2003), e  Poemas Perversos (2011, Editora do Lugar Pantemporâneo). Participou de diversas antologias no Brasil e no exterior.

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JOSÉ INÁCIO VIEIRA MELO (1968), alagoano radicado na Bahia, é poeta e jornalista. Organizou a coletânea Sangue Novo – 21 poetas baianos do século XXI (Escrituras Editora, 2011) e outras importantes antologias. Coordenador e curador de vários eventos literários. Lançará, no Quinta Poética, seu sexto livro:Pedra Só (Escrituras Editora, 2012).

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LÍVIA NATÁLIA. É baiana de Salvador (1979) e cresceu nas dunas no Abaeté, como boa filha de Osun. Seu livro de estreia, Água Negra, foi premiado pelo Concurso Literário do Banco Capital, 2011. Prepara seu próximo livro "Correntezas e outros Estudos Marinhos". É Doutora em Letras pela UFBA e professora na mesma Instituição.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
YACAMIM - Formado por Alessandra Vilhena e Thomaz Felippe.
“Yacamim” vem da língua tupi guarani e significa ave, gênio ou pai de muitas estrelas. O destino de Yacamim é voar como uma ave encantada que semeia canções de paz.


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CURADORIA:
JOSÉ GERALDO NERES
. Poeta, ficcionista, e produtor cultural paulista. Publicou os livros de poesia:Pássaros de papel (Dulcinéia Catadora, 2007) e Outros silêncios (Escrituras Editora, 2009). O livro Olhos de Barro (Editora Patuá, 2012) recebeu menção especial no 3º Prêmio Gov. de Minas Gerais de Literatura, ficção – 2010. Diretor de Formação Literária da União Brasileira de Escritores – UBE. Blog:http://neres-outrossilencios.blogspot.com


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Escrituras Editora
Rua Maestro Callia, 123 - Vila Mariana
04012-100 - São Paulo - SP - Brasil
Tel.: (11) 5904-4499 (Pabx)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

'um saxofone na parede' e 'eu devia ter matado' (neres/ortiz)


UM SAXOFONE NA PAREDE

um tormento qualquer que seja. ossos paralisados. antes do sétimo dia, o sétimo na semana, o mês sete, sete mistérios, sete tronos. ametista e pedra do sol. as palavras não escutam o grito. caminho na sombra de inverno. sete horas: noite.

ninguém se levanta da cama. travesseiros perambulam. na ponta do lápis, a ponta da língua. brinco de vaticinar. as vacinas terminam perto dos olhos. encontro com os dias de descanso, e ninguém se deita. perto dos meus pés, pílulas. primavera de milênios espia os primeiros suspiros das flores: elas são órfãs.

a luz do banheiro continua desperta. serei eu o veneno no extremo da flecha que se lança em férias? o arremesso. a carne perfurada mais um centímetro. as costelas têm o tamanho do tempo. a carne do outro lado do corpo: nenhuma saliência. dizem que os minutos sagram: há horas espero a ruptura tomar alguma forma. o tempo e eu fizemos um pacto de silêncio.

quando o instante sangra. caminho com a roupa do pó, sempre rebelde. para a visita, deixo flores. a morte sempre soube de um leve espaço no meu ombro. gaiolas tremulam. nosso faroeste: sou a semente do revólver. as guerras apenas estão sonolentas. setes vultos perfuram o horizonte. nuvens de travesseiros, já soltas em pleno ar, próximas à fonte. viro três goles. abro os braços até cada costela alcançar o arco da primavera.
 

estou pronto: sete flores e um tormento. não escuto nada, as palavras se escondem dentro do travesseiro.

(josé geraldo neres & paulo sposati ortiz)


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EU DEVIA TER MATADO

Com a porcelana do poema de Álvaro
Coxas de minha desatenção
                Meu sexo é palavra de porcelana
                No verso de tua meia-calça
O silêncio é o suor
Do irritante templo dessas pernas
                Tuas duas pernas
                Poema antes de morrer aos 37 anos

(José Geraldo Neres & Paulo Sposati Ortiz)

domingo, 9 de setembro de 2012

Diálogos com os autores: José Geraldo Neres - Leo Gonçalves (Centro Cultural Justiça Federal - RJ)


25/09 (terça-feira, 19h): PALAVRAS DE ACORDAR O CORPO

Diálogos com os autores: José Geraldo Neres - Leo Gonçalves.

Mediação: Elaine Pauvolid (poeta).

Participação de: Ricardo Riso (crítico literário) e Tanussi Cardoso (poeta e crítico literário).

Local: Centro Cultural Justiça Federal
Sala de Leitura, 2º andar.
Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro / RJ



“Palavras de acordar o corpo"; influências e provocações durante a escrituração dos livros Olhos de Barro, de José Geraldo Neres e Use o assento para flutuar de Leo Gonçalves, ambos da Editora Patuá.

Compartilho com os amigos e amigas essa conversa com Diversos Afins


Pequena Sabatina ao Artista, Por Fabrício Brandão.

Antes de um tudo, o vazio e suas improváveis imagens. Antes de tudo, o silêncio, a ausência do verbo a rasgar instantes. Depois de tudo, a palavra a atravessar espaços e habitar a matéria do nosso concreto de cada dia. Como conceber a existência sem a poesia que antecede e esgota o sopro? Onde o intervalo mínimo entre projeção e realização?

Com tais percursos que remexem as entranhas da vida, a criação revela-se a musa das musas, representante imprecisa de nossa sina pelas tresloucadas paragens terrenas. Os poetas são seus mais legítimos porta-vozes, transformando desvãos da alma em versos pungentes, catando o despercebido e ofertando-nos tudo em doses nada terapêuticas. É atraente pensar que criadores vagam conosco no meio da multidão e, mais adiante, sugerem veredas. Nesse ofício, encontramos gente como o escritor paulista José Geraldo Neres, homem cuja sina celebra permanentemente a liquidez do verbo. Dono de um estilo que contempla um intangível olhar sobre os lampejos humanos, o autor abraça o silêncio como causa, mas não consente que nele se façam vãs inscrições. Para ele, importa a revelação escondida nas sucessivas camadas onde habitam as palavras. Se o resultado disso é mirar o abismo, a queda é perspectiva real.

Autor de obras poéticas como “Pássaros de papel” (Dulcinéia Catadora, 2007) e  “Outros silêncios” (Escrituras Editora, 2009), José Geraldo Neres alimenta agora sua travessia com a instigante reunião de contos presente em “Olhos de Barro” (Editora Patuá). Trata-se de um livro no qual as imagens inauguram as densas vias de uma prosa poética que sabe a queda e fronteiras. Seu trânsito no terreno cultural é múltiplo, compreendendo também as feições de roteirista, dramaturgo, produtor e gestor. Como curador do Projeto Quinta Poética, em São Paulo, articula encontros valiosos entre autores, artistas e produtores dos mais variados campos, num claro propósito de harmonizar linguagens múltiplas. Falando um pouco sobre suas andanças literárias e outros temas correlatos, Neres revela-nos agora alguns aspectos que movem a sua obstinada travessia pelas palavras.

Continua: http://diversosafins.com.br/?p=2436

domingo, 2 de setembro de 2012

Peço indicações

Olá amigos e amigas.

Peço indicações:

• Quem tiver sugestões de livros, músicas, filmes, espetáculos de dança – tudo que provoque o corpo/palavra –, e situações do cotidiano com abordagens em ritos de passagem.
• Arquétipos pessoais ou de divindades.

O material recebido servirá de provocação, pesquisas para estruturação, e criação de um novo livro de ficção lírica ou prosa poética.

Enviem por e-mail: outrossilencios@gmail.com

Agradeço as colaborações.