quarta-feira, 26 de agosto de 2009
"O deserto dos pássaros úmidos" e "Balé de púpilas assustadas"
Apresentação evento "Quintas poéticas" realizado pela Escrituras Editora,Casa das Rosas, São Paulo; dia 30 de Julho de 2009.
Na intregra as Músicas "O deserto dos pássaros úmidos" e "Balé de púpilas assustadas", poesias de José Geraldo Neres, composição Henrique Crispim, acompanhando neste dia: pelo Grupo Percutindo Mundos de São Vicente e os músicos Bebe do Goes e Marcelo, Jam Sassion: primeiro encontro desses músicos, que não conheciam, o trabalho de Henrique Crispim.
"O que Faço com o poeta depois de escrito o poema & Evangelium"
Apresentação das Musicas até então Inéditas uma parceria com José Geraldo Neres (O que Faço com o poeta depois de escrito o poema) e uma música incidental poética inédita do Compositor Henrique Crispim (Evangélium)
Jam sassion: com o Grupo Percutindo Mundos e os Musicos bebe do Góes e Marcelo
Casa das Rosas 30 de Julho de 2009
"O que Faço com o poeta depois de escrito o poema & Evangelium"
Lapso
Curta metragem da Nova Boca do Lixo (realizado em 2004 - editado 2008)
Sinopse: Clara, uma jovem de 18 anos se casa com Antônio, 35, e o que parecia um ser um mar de rosas se transforma em uma relação doentia e psicótica.
Elenco: Andréia Horta, Val Mataverni, Stefanne Ribeiro
Equipe Técnica
Direção: Fátima Moura e Letícia Oliveira
Roteiro: Ana Maria Buim
Direção de Fotografia: Saulo Pena e Mario Augustus
Dir. de Arte: Fábio Santos
Cenografia: André Okuma
Prod. de Objetos: Fernanda Barcellos
Figurino: Aline Voguel
Cabelo e Maquiagem: Bruno Eduardo
Edição: Letícia Oliveira
Produção: Luciana Perecin, Carlos da Paz, José Geraldo Neres, Mario Augustus
terça-feira, 25 de agosto de 2009
A tempestade de flores
Quinta Poética - 30-07-2009, promovido pela Escrituras Editora e Casa das Rosas (São Paulo - Brasil). Participação do músico Henrique Crispim. Acompanhamento: grupo Percutindo Mundos, Marcello Santos e Bebê. "A tempestade de flores" poema de José Geraldo Neres
Deserto dos pássaros úmidos - fragmento
Quinta Poética - 30-07-2009, promovido pela Casa das Rosas e Escrituras Editora (São Paulo - Brasil). Participação do músico Henrique Crispim, com "Deserto dos pássaros úmidos - fragmento" (poesia de José Geraldo Neres). Acompanham: grupo Percutindo Mundos, Marcello Santos, e Bebê.
O balé das pupilas das assustadas ou Poema para Claudio Willer
Quinta Poética - 30-07-2009, promovido pela Escrituras Editora e Casa das Rosas (São Paulo, Brasil). Participação do músico Henrique Crispim, grupo Percutindo Mundos, Marcello Santos e Bebê. Poema "O balé das pupilas das assustadas ou Poema para Claudio Willer" de José Geraldo Neres.
O QUE FAÇO COM O POETA DEPOIS DE ESCRITO O POEMA?
Quinta Poética - 30-07-2009, promovido pela Escrituras Editora e Casa das Rosas (São Paulo, Brasil). Participação do músico Henrique Crispim, acompanhado pelo grupo Percutindo Mundos, Marcello Santos e Bebê. Poesia "O QUE FAÇO COM O POETA DEPOIS DE ESCRITO O POEMA?", de José Geraldo Neres.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
uma seleta do livro VI
DESERTO DOS PÁSSAROS ÚMIDOS
I
o tempo
navega
além do rio
o tempoprisioneiro
o tempo além da vontade da água
porta parada
homem oco e seus relógios
nome deitado cegoescondido nas raízes da água
enterra sua sombra
nos galhos de um arco-íris
parado na porta
o tempo
II
voz no cortejo de punhais
sol afogado no peso e na dor dos pássaros
seu olho
no sangue do rio
e nas suas margens com seios de prata
língua de serpente no voo da lua
e na espera d’água
III
a dança conta a vida
como se chovessem noites
o ritmo desperta a água
nos olhos navalhas
o movimento enroscado no deserto dos pássaros úmidos
deus
– em seus pesadelos
penetrava nas almas e arrancava os olhos
a poesia não cicatrizava –
acorda
na última fila
ele
diante do espelho
a linguagem da queda
IV
sentir o silêncio da nudez
palavra aquática
nos olhos
o dilúvio de arco-íris
corpos líquidos
deslizam à deriva
águas sem margens
ondas se enterram
no lírico punhal
das pequenas mortes
V
as pálpebras escavam
um círculo
agarram o mar
metade luz
metade grande selva
no horizonte
constelações de peixes rápidos
no altar de estrelas
um grito invisível
ponteiros sem lágrimas
o demônio na sombra de um deus
barcos no pulso das nascentes
dois rios inimigos
lábios em forma de promessas
VI
as árvores cantam
levam meu corpo
suas raízes criaram asas
movimento de mulher de país infinito
meus olhos no aprendizado das horas
imagino um lago
espero um navio líquido
um peixe no céu
naufrágio alado
ave trançada em algas
mostra sua peleum rio sem margens
ensina à nuvem
ser uma manada de palavras
uma metáfora suspensa
sentado no seu colo
a noite faz morrer uma estrela
o ventre na descoberta da água
exibe-se
atravessa o silêncio
os dias cobrem os ponteiros
rasgam o vento
e o que não existe
sangra o fogo
no seu dorso
água violenta
no rio
as árvores cantam
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
I
o tempo
navega
além do rio
o tempoprisioneiro
o tempo além da vontade da água
porta parada
homem oco e seus relógios
nome deitado cegoescondido nas raízes da água
enterra sua sombra
nos galhos de um arco-íris
parado na porta
o tempo
II
voz no cortejo de punhais
sol afogado no peso e na dor dos pássaros
seu olho
no sangue do rio
e nas suas margens com seios de prata
língua de serpente no voo da lua
e na espera d’água
III
a dança conta a vida
como se chovessem noites
o ritmo desperta a água
nos olhos navalhas
o movimento enroscado no deserto dos pássaros úmidos
deus
– em seus pesadelos
penetrava nas almas e arrancava os olhos
a poesia não cicatrizava –
acorda
na última fila
ele
diante do espelho
a linguagem da queda
IV
sentir o silêncio da nudez
palavra aquática
nos olhos
o dilúvio de arco-íris
corpos líquidos
deslizam à deriva
águas sem margens
ondas se enterram
no lírico punhal
das pequenas mortes
V
as pálpebras escavam
um círculo
agarram o mar
metade luz
metade grande selva
no horizonte
constelações de peixes rápidos
no altar de estrelas
um grito invisível
ponteiros sem lágrimas
o demônio na sombra de um deus
barcos no pulso das nascentes
dois rios inimigos
lábios em forma de promessas
VI
as árvores cantam
levam meu corpo
suas raízes criaram asas
movimento de mulher de país infinito
meus olhos no aprendizado das horas
imagino um lago
espero um navio líquido
um peixe no céu
naufrágio alado
ave trançada em algas
mostra sua peleum rio sem margens
ensina à nuvem
ser uma manada de palavras
uma metáfora suspensa
sentado no seu colo
a noite faz morrer uma estrela
o ventre na descoberta da água
exibe-se
atravessa o silêncio
os dias cobrem os ponteiros
rasgam o vento
e o que não existe
sangra o fogo
no seu dorso
água violenta
no rio
as árvores cantam
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
uma seleta do livro V
EVOÉ LAROIÊ PIVA
no ventre paulistano
um MASP rachado
brinca de ser menino
de apunhalar as praças
memória devorada por suas tripas
templos & centopéias
cidade & anjos engraxates
nos lábios jogos noturnos
a porta & suas locomotivas
sinto as torres & o relógio sem nuvens
& o choque do cérebro
adormeço
– o suspiro da carne –
o girassol rói os olhos da morte
como atravessar espelhos se na vitrola
sugadora de desertos
os ponteiros se dissolvem
o tempo abre a janela de Breton
o abismo se imagina poeta
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
no ventre paulistano
um MASP rachado
brinca de ser menino
de apunhalar as praças
memória devorada por suas tripas
templos & centopéias
cidade & anjos engraxates
nos lábios jogos noturnos
a porta & suas locomotivas
sinto as torres & o relógio sem nuvens
& o choque do cérebro
adormeço
– o suspiro da carne –
o girassol rói os olhos da morte
como atravessar espelhos se na vitrola
sugadora de desertos
os ponteiros se dissolvem
o tempo abre a janela de Breton
o abismo se imagina poeta
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
uma seleta do livro IV
UM CORTE NO TEMPO
os telhados do mundo/mães
a escrita paira no ventre
minha janela de olhos de vinho
línguas línguas línguas
embriagam a cidade
lá está ela
e baixo os olhos quando vejo o
horizonte
sangue do meu sangue
respira por mim
– os olhos doem –
mergulha
se lambuza
na chuva
e eu ela
na chuva
os pelos em riste
chuva
esfrego o coração em algum dilúvio
línguas línguas línguas
pausa
o sol
de mãos postas
[inspirado no livro “visões do medo”,
de beth brait alvim]
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
os telhados do mundo/mães
a escrita paira no ventre
minha janela de olhos de vinho
línguas línguas línguas
embriagam a cidade
lá está ela
e baixo os olhos quando vejo o
horizonte
sangue do meu sangue
respira por mim
– os olhos doem –
mergulha
se lambuza
na chuva
e eu ela
na chuva
os pelos em riste
chuva
esfrego o coração em algum dilúvio
línguas línguas línguas
pausa
o sol
de mãos postas
[inspirado no livro “visões do medo”,
de beth brait alvim]
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
uma seleta do livro III
O SOL NÃO ME ESPERA
um cão ilumina a si mesmo
dentro da pele da morte
sua boca um rio de lençóis
o mistério desliza pela noite
um cego vigia a porta
a quem ele estende a mão?
como ajudá-lo a atravessar a porta?
nasce com um naufrágio atrás das orelhas
e seus olhos não possuem memória
não há claridade no caminho
apenas o cão com seus olhos de barro
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
um cão ilumina a si mesmo
dentro da pele da morte
sua boca um rio de lençóis
o mistério desliza pela noite
um cego vigia a porta
a quem ele estende a mão?
como ajudá-lo a atravessar a porta?
nasce com um naufrágio atrás das orelhas
e seus olhos não possuem memória
não há claridade no caminho
apenas o cão com seus olhos de barro
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
uma seleta do livro II
EM NOME DA SEDE
sombras se agitam
a uivar para as nuvens de martelos assustados
olhos selvagens na floresta de sobrancelhas
se agarram ao suicídio das casas
na tentativa de descobrir o segredo da terra
elas
reclamam que não conseguem sonhar direito
se encolhem de frio
querem comprar mais uma alma
mas se sentem arrastadas pelo espelho
uma paisagem de olhar amassado de sono
na sensação de serem devoradas pela areia
de serem um rio afogado
sussurram
somos
o castigo na espera de passar pelas sete portas
o ventre despovoado de raízes
a noite fechada dentro do homem
a estrada no limite do corpo
a segunda língua de tudo que não existe
a palavra que ninguém responde
a insônia das águas em sangue doente
o passo lento das casas e suas pálpebras pesadas
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
sombras se agitam
a uivar para as nuvens de martelos assustados
olhos selvagens na floresta de sobrancelhas
se agarram ao suicídio das casas
na tentativa de descobrir o segredo da terra
elas
reclamam que não conseguem sonhar direito
se encolhem de frio
querem comprar mais uma alma
mas se sentem arrastadas pelo espelho
uma paisagem de olhar amassado de sono
na sensação de serem devoradas pela areia
de serem um rio afogado
sussurram
somos
o castigo na espera de passar pelas sete portas
o ventre despovoado de raízes
a noite fechada dentro do homem
a estrada no limite do corpo
a segunda língua de tudo que não existe
a palavra que ninguém responde
a insônia das águas em sangue doente
o passo lento das casas e suas pálpebras pesadas
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
uma seleta do livro
A CIDADE
anúncio percorrido por sapatos apertados
a infância
tarde enroscada numa esquina
a rua
pede outra lágrima
cobra pedágio
máquina vazia de cortar segundos
além do tempo úmido
o tempo
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
anúncio percorrido por sapatos apertados
a infância
tarde enroscada numa esquina
a rua
pede outra lágrima
cobra pedágio
máquina vazia de cortar segundos
além do tempo úmido
o tempo
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
quinta poética - casa das rosas
e a festa poética vai se desdobrando, o caminho é o caminho.
anfitrião: josé geraldo neres - realização: editora escrituras
http://www.youtube.com/watch?v=sHL_qBO8mPw&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=00a_i5A5SS4&feature=channel_page
anfitrião: josé geraldo neres - realização: editora escrituras
http://www.youtube.com/watch?v=sHL_qBO8mPw&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=00a_i5A5SS4&feature=channel_page
domingo, 2 de agosto de 2009
rave poética: Quinta Poética -30-07-2009
Olá amigos, amigas. Para amigos (as) que nos acompanham, alguns vídeos de uma pequena mostra de nossa rave poética: Quinta Poética -30-07-2009, promovido pela Casa das Rosas e Escrituras Editora (São Paulo - Brasil).
Participantes: José Geraldo Neres (anfitrião), Edson Bueno de Camargo, Marcelo Ariel, João de Jesus Paes Loureiro e o jovem poeta Jorge de Barros. Participação especial do músico Henrique Crispim, do grupo Percutindo Mundos, Kiusam de Oliveira, Marcello Santos e Bebê.
Acompanhem parte de uma noite memóravel, meus poemas desdobrando-se em música por Henrique Crispim, e na corporeidade afroexpressiva de Kiusam de Oliveira.
www.youtube.com/user/EscriturasEditora
Conheça: Outros silêncios, novo livro de poesias de José Geraldo NeresPrêmio ProAC - Programa de Ação Cultural, 2008, Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional
.http://www.escrituras.com.br/livro.php?isbn=9788575313183
Participantes: José Geraldo Neres (anfitrião), Edson Bueno de Camargo, Marcelo Ariel, João de Jesus Paes Loureiro e o jovem poeta Jorge de Barros. Participação especial do músico Henrique Crispim, do grupo Percutindo Mundos, Kiusam de Oliveira, Marcello Santos e Bebê.
Acompanhem parte de uma noite memóravel, meus poemas desdobrando-se em música por Henrique Crispim, e na corporeidade afroexpressiva de Kiusam de Oliveira.
www.youtube.com/user/EscriturasEditora
Conheça: Outros silêncios, novo livro de poesias de José Geraldo NeresPrêmio ProAC - Programa de Ação Cultural, 2008, Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional
.http://www.escrituras.com.br/livro.php?isbn=9788575313183
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