EVOÉ LAROIÊ PIVA
 
 
no ventre paulistano
um MASP rachado
brinca de ser menino
de apunhalar as praças
 
memória devorada por suas tripas
templos & centopéias
cidade & anjos engraxates
nos lábios jogos noturnos
a porta & suas locomotivas
sinto as torres & o relógio sem nuvens
                   & o choque do cérebro 
adormeço
 
– o suspiro da carne –
 
o girassol rói os olhos da morte
 
como atravessar espelhos se na vitrola 
sugadora de desertos 
os ponteiros se dissolvem 
 
o tempo abre a janela de Breton
 
o abismo se imagina poeta
do livro OUTROS SILÊNCIOS, de JOSÉ GERALDO NERES
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário