sexta-feira, 25 de abril de 2014

Um pedaço de chuva no bolso, por Simone Caputo Gomes, Universidade de São Paulo.

Um pedaço de chuva no bolso, por Simone Caputo Gomes, Universidade de São Paulo. 

Um pedaço de chuva no bolso, de Neres, inscreve-se sob o signo do Tempo, rio e casa, esquecimento e memória. Palavras e peixes nadam contra a corrente, a tentar captar o instante que se esvai. Essa questão maior expressa-se paradigmaticamente na adivinha africana que preside o sentido desta escrita: Como parar o vento? Seja em forma de poesia ou de prosa poética, a “escrita líquida” de Neres, como a chuva, escorrega, conduzindo o leitor por fragmentos, fios narrativos, teias líricas, sociotemas dramáticos, diários dispersos. O poeta “fia o tecido da vida” e “habita o abismo” que “ronda as sombras brancas do papel” para “construir o girassol”, com pedras de Xangô ou versos “que caminham sobre as águas” de Oxum e de Iemanjá. “Fazer existir-se no rio do tempo” resume esta obra de Neres, em que o poema é “um rosário líquido” composto de “pedra, páginas, línguas e vento”.

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